domingo, 3 de junho de 2012

Dicas para se escrever um bom texto (Parte 1)

O ato da escrita requer um exercício constante de aperfeiçoamento, por isso é necéssário sempre a re-escritura do texto. Há também algumas noções importantes a serem observadas. Verifique:

  1.    A clareza das ideias é obtida com o uso de palavras essenciais e simples, o que torna o texto mais conciso e natural. Use também, se possível, palavras curtas.
  2.     A expressividade depende da escolha de palavras específicas, de maior precisão.
  3.     A simplicidade deve ser uma característica marcan-te em qualquer texto, pois o emissor escreve para diversos tipos de interlocutores que precisam entender a mensagem.
  4.     A ordem direta constitui a norma essencial de quem escreve, porque ela encaminha mais facilmente o leitor à compreensão do texto. Portanto, seja objetivo e redija sem rodeios.
  5.    A originalidade prevalece quando se evitam formas e frases desgastadas, assim como o emprego excessivo da voz passiva (será feito, será revisto).
  6.    A escolha das palavras deve seguir um critério rigoso. Evite termos técnicos, modismos, lugares-comuns ou chavões, preciosismos e formas desgastadas pelo uso frequente.
Entretanto, somente esses critérios não asseguram a criação de um bom texto. É necessário adequar a linguagem, variando-a de acordo com o interlocutor. Deve-se observar a finalidade do texto e a intenção comunicativa para que a produção textual atinja de forma satisfatória os diversos interlocutores, tendo em vista as variantes linguísticas e textuais.

·  As qualidades de um texto:


Há determinados critérios para a produção de um bom texto, como clareza, coesão, coerência e correção. Vejamos:

» Clareza:

Em qualquer tipo de comunicação, a clareza das ideias é fundamental para a compreensão da mensagem.
A clareza textual é conseguida pela concisão e pelo uso de estruturas adequadas à situação comunicacional. A objetividade, a eliminação de excessos na linguagem, a ordenação coerente das palavras na frase e a estruturação correta dos parágrafos no contexto são indispensáveis. Em geral, são preferíveis os períodos curtos, dispostos na ordem direta, e o vocabulário simples.
Há casos em que a falta de clareza cria ambiguidade, ou seja, em que as palavras podem apresentar duplo sentido. Veja como isso ocorre através dos quadrinhos:
É indispensável também observar a pontuação adequada, para evitar interpretações erradas, pois às vezes o duplo sentido ocorre devido à pontuação. Por exemplo:
A professora pediu a todos os alunos uma redação em homenagem ao dia das mães cujo tema era: "Mãe, só tem uma". No dia seguinte, todos os alunos haviam redigido seus trabalhos. A professora pediu então para que a Bia lesse sua redação.
— Ano passado eu estava brincando na pracinha quando caí e quebrei a minha perna. Minha mãe passou todos os dias cuidando de mim. Até faltou ao trabalho! Então fiquei boa logo. Mãe, só tem uma!
Então foi a vez de Vinícius ler a sua.
— Eu sempre tive muita dificuldade pra aprender. Tirava notas baixas e sempre ficava de recuperação. Mas aí minha mãe ficou me ensinando e me ajudando até que me tornei um dos melhores de minha turma!
Aí, claro, a vez de Joãozinho.
— Ontem tinha acabado de chegar em casa quando peguei minha mãe na cama com um cara. Ela se assustou mas disse: "Já que está aí, traga duas cervejinhas bem geladas!". Fui até a geladeira e vi que só tinha uma. Então gritei: "MÃE, SÓ TEM UMA!"

» Coesão:

Existe coesão em um texto quando há uma ligação correta entre as palavras de uma frase, entre as frases e entre os parágrafos que compõem um texto.
Essa ligação é feita através de elementos de coesão como as preposições, as conjunções, os pronomes relativos, certos advérbios, etc., que estabelecem uma relação de significado entre as palavras. Daí o cuidado que se deve ter na escolha correta desses elementos, para que não haja alterações de significado.

» Coerência:

Um texto pode estar coeso, ou seja, os elementos de ligação podem estar sendo corretamente usados, mas a construção das ideias pode não estar clara.
As frases, em cada parágrafo, devem apresentar ideias que caminhem em um mesmo sentido para que o texto possa ser considerado coerente. Contradizer no segundo paráfrado o que foi dito no primeiro, por exemplo, seria uma incoerência textual.

O texto de Opinião

1.Para se escrever um bom texto de opinião:

Quando falamos ou escrevemos um texto de opinião, nosso objetivo é o de convencer.Devemos tomar uma posição em relação ao tema (contra ou a favor).Temos que justificar a posição assumida, com base em argumentos.Devemos antecipar possíveis argumentos contrários ao seu ponto de vista, contestando-os.Devemos concluir o texto, reforçando a posição assumida.

Observe o texto opinativo a seguir:

A poluição no mundo

Os grandes países industriais são os mais poluídos do mundo. Em Tóquio vende-se oxigênio nas ruas centrais. É comum os japoneses comprarem uma dose e enfiarem o nariz na “garrafinha”, recuperando-se do veneno que são obrigados a respirar. Os guardas de trânsito, intoxicados pelos gases dos automóveis, têm postos de abastecimento especiais nas esquinas.
Apesar da propaganda que apresenta o centro da Europa como um oásis verde entre enormes fábricas, quem lê jornal sabe o que acontece com o Reno: um rio totalmente morto e mortífero, carregando resíduos químicos por milhares de quilômetros, contaminando os depósitos de água potável de vários países.
Metade da população holandesa bebe a água do Rio Reno, que é o maior esgoto do mundo e o receptor de inseticidas das fábricas alemães. Seus peixes são proibidos para o consumo, porque os detritos industriais com que se “alimentam” tornam sua carne fétida.
E os Estados Unidos, pátria do capitalismo moderno, louvado pelo rigor de suas leis, são – e isto seus próprios técnicos afirmam – o país mais poluído do planeta. Além disso, são os maiores exportadores de poluição: 40% da contaminação da Terra é provocada por suas indústrias, segundo informação de Philip Bart, ecologista e redator da Internation Review.

Fonte: Júlio José Chiavenato. O massacre da natureza

No texto lido encontramos os seguintes fatos que comprovam a opinião do autor:

• Em Tóquio, vende-se oxigênio nas ruas centrais.
• Os guardas de trânsito em Tóquio, intoxicados pelos gases dos automóveis, têm postos de abastecimento especiais na esquina.
• Na Europa, o Reno carrega resíduos químicos por milhares de quilômetros, contaminando os depósitos de água potável de vários países.
• 40% da contaminação da Terra é provocada pelas indústrias americanas.

        Há algumas maneiras de se organizar uma dissertação, que podem ajudar na hora de iniciar o seu texto:

1 – Você pode transformar o tema em um questionamento, e ao longo do texto tentar responder da melhor maneira possível a essa questão.
Ex:
Tema: O Desmatamento na Floresta Amazônica
Questão que você pode abordar: A Floresta Amazônica, sendo considerada o pulmão do mundo, sofre algum dano com a freqüente prática do desmatamento em seu território?

OBS:
* Sobre o mesmo tema você pode fazer vários questionamentos, porém deve avaliar se você está apto a respondê-los e se não está fugindo ao tema principal.
* Após fazer essas avaliações escolha apenas um dos questionamentos e fundamente seus argumentos baseando-se nele.

2- Uma outra maneira de desenvolver o seu texto é expondo os contra-argumentos, ou seja, expondo as antíteses possíveis à sua tese.
Ex:
Tema: Eutanásia
Tese/opinião: A eutanásia realmente deve ser proibida, pois ninguém pode violar o direito à vida.
Antítese/contra-argumento: Com a legalização da eutanásia um hospital poderia estar se utilizando do espaço que um paciente desenganado está ocupando para atender a alguém que tem reais chances de sobrevivência.

OBS:
*Cuidado para não se contradizer, ou seja, ao apresentar seu contra-argumento você deve estar preparado para convencer o leitor de que ele não tem fundamentos, e deve estar munido de informações convincentes para que possa fazê-lo. Caso contrário você poderá não deixar clara a sua mensagem.
*Sempre defenda um ponto de vista, pois seu objetivo é esclarecer e não confundir ainda mais as opiniões do leitor a respeito daquele assunto.
*No caso de temas muito polêmicos, o melhor é se isentar totalmente de opiniões e fundamentar seus argumentos em fatos, estatísticas e opiniões em massa.

3- Uma outra alternativa seria fazer uma relação entre causa e conseqüência, para que assim se possa ir do início ao fim do problema, olhá-lo como um todo e com isso ir construindo uma opinião.
Ex:
Tema: A Violência nas escolas públicas
Causa: O pouco incentivo aos esportes e às artes nas escolas por parte do governo.
Conseqüência: Os jovens passam muito tempo nas ruas, em contato com armas e drogas.

OBS:
*A partir da causa e da conseqüência apresentadas, você deverá desenvolver seus argumentos em busca de uma solução possível e coerente para o problema.

2.Argumentos e contra-argumentos no texto de opinião

         Emitir uma opinião não é só manifestar um posicionamento ativo sobre um tema ou um acontecimento, mas também responder ativamente ao que dizem os outros sobre o mesmo tema ou o mesmo acontecimento.
        O ponto de vista do redator é apenas um entre muitos que circulam socialmente, logo vai encontrar nos outros um ponto de vista semelhante; ou, muito provavelmente, vai se chocar (parcial ou totalmente) com a opinião dos outros.
        A opinião do redator valerá pouco se não for sustentada com argumentos. Daí o grande princípio: afirmar e sustentar, ou seja, afirma-se e dá-se argumentos que podem sustentar as afirmações levantadas.
Existem vários tipos de argumentos diferentes, mas consideremos os três principais:

  Argumentos empíricos: damos elementos concretos (“fatos”) que funcionam como “evidência” de que as afirmações têm sustentação. Funcionam como argumentos empíricos: dados estatísticos, um evento qualquer (digamos, um cheque assinado numa acusação de corrupção), ou um caso/uma situação semelhante (sustenta, geralmente, o raciocínio por analogia, isto é, “se foi assim lá, será assim aqui também”).
  Argumentos de autoridade: para sustentar nossas afirmações usamos a opinião de alguém que pode ser reconhecido como autoridade no assunto. O raciocínio implícito, nestes casos, é o seguinte: “Se fulano(a) é autoridade no assunto, então o que ele(a) diz é suficientemente forte para sustentar o que eu digo”.
  Argumentos de senso comum: são aqueles que tomam como base uma opinião, uma crença que – por ter certa difusão social – é assumida como de aceitação geral (como uma “verdade”). O raciocínio implícito aqui é: “se é uma opinião de consenso/ Se todos em nossa sociedade pensam assim, então isso deve prevalecer”.

        Deve ficar claro que cada tipo de argumento tem suas fragilidades:
  • um fato, por exemplo, pode ter mais de uma interpretação (portanto, contra “fato”, pode haver argumento);
  • estatísticas são sempre aproximativas, podem conter erros ou estar recobrindo apenas certo conjunto de dados que não podem ser necessariamente generalizados;
  • ser autoridade num assunto não impede que a pessoa se engane em suas interpretações ou que ela não possa ser contestada;
  • o que parece consenso, pode ser apenas um lugar-comum (isto é, um ponto de vista repetido por muitos sem maiores críticas).
        Entender bem essa fragilidade nos dá a dimensão do processo argumentativo:
  • ninguém é dono da verdade, logo precisamos sempre sustentar nossas afirmações (e recusar criticamente afirmações não sustentadas, isto é, dogmáticas);
  • a escolha dos argumentos, contudo, não é tarefa simples: precisamos pesar bem o que vamos pôr em cena em cada caso, tomando como referência o assunto (que tipo de argumento é mais adequado a ele) e, claro, quem é o nosso interlocutor (o que melhor o convenceria).
        Em outras palavras, a argumentação pressupõe uma atividade produtiva e criativa (seleção e avaliação dos argumentos e sua distribuição na construção do texto).

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Orações Subordinadas Substantivas: como diferenciá-las?

Está bem que todos somos obrigados a estudar e, posteriormente, DOMINAR o que são períodos simples e compostos, mas, sendo franca, depois que saímos dos períodos compostos por coordenação ganhamos um nó com o estudo dos períodos compostos por subordinação. 
Atendendo aos constantes SOS's de meus alunos, aqui vão algumas dicas básicas que vão ajudar-nos a todos (não duvidem, me incluo nesse grupo :p) a desatar todos os nós de marinheiros que acompanham junto as orações subordinadas, sejam elas substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Aproveitem a primeira safra com as orações subordinadas substantivas e em breve postarei as dicas das adjetivas e das adverbiais (sem falar em que fica também a promessa de dizer para vocês como saber quem é o que para tirar um A na escola).


Orações Subordinadas Substantivas

As orações subordinadas substantivas (que nome grande) são as que se apresentam com valor substantivo (normalmente são introduzidas por conjunção integrante que e se). 
As OSS (tão achando que vou ficar repetindo aquele nome o tempo todo, é?) classificam-se em 6 (ou 5 dependendo do ponto de vista), são elas: subjetiva, objetiva (direta e indireta), predicativa, completiva nominal e apositiva. 

·  Subjetiva

É a que funciona como sujeito da outra oração. Para reconhecer uma oração subjetiva basta observar as seguintes dicas:

a) Verbo ser + palavra abstrata (substantivo ou adjetivo) ou pronome pessoal reto. 
Ex.: É certo que todos terão chances na prova. / É ele quem assumirá o comando.

b) Verbo na voz passiva. 
Ex.: Foi combinado que todos iriam ao baile. / Percebeu-se que ninguém colava.

c) Verbos conjugados apenas na 3ª pessoa do singular ou do plural – urgir, bastar, suceder, constar, etc... Ex.: Urge que colaborem. / Agrada-me que a felicidade voltou aos seus olhos.

·  Objetiva direta

Funciona como objeto direto de outra oração. Para reconhecer uma oração objetiva direta basta observar
o seguinte:

a) Sujeito + verbo transitivo direto. 
Ex.: (EU) Desejo que nossa união seja eterna.

·  Objetiva indireta

Temendo ser redundante após a definição das objetivas diretas, pois já deve ter ficado mais que claro =p. Porém sou boazinha e vou dizer para os desavisados de plantão. As objetivas indiretas são aquelas que funcionam como objeto indireto de outra oração. Para reconhecer uma oração objetiva indireta basta observar o seguinte:

a) Sujeito + verbo transitivo indireto. 
Ex.: Não me oponho a que estudem.

·  Predicativa

É a que funciona como predicativo de outra oração e para reconhecê-la basta observar que:

a) Pronome pessoal reto ou substantivo + verbo ser. 
Ex.: A verdade é que Renato gosta de pintura.

·  Completiva nominal

É a que funciona como complemento nomina de outra oração e seu reconhecimento se faz observando o seguinte:

a) Verbo + palavra abstrata (adjetivo que derive de um verbo) + preposição + conjunção.                
Ex.: Tenha certeza de que o Flamengo será o melhor.

·  Apositiva

Tem muito o que dizer a respeito não. Toda oração apositiva funciona como aposto de outra oração e vai aparecer após dois pontos (:) ou, dificilmente, após vírgula. Pode aparecer sem o conectivo que e se
Ex.:  A verdade é uma só: eu te amo. / Penso, logo existo.

Observaram? Então agora é só praticar com as questões propostas abaixo:

1. Classifique sintaticamente as orações destacadas:

a) Convém que cheguemos mais cedo amanhã.
b) A primeira vez que vi Teresa
    Achei que ela tinha pernas estúpidas.
    Achei também que a cara parecia uma perna.
                                      (Manuel Bandeira)
c) Convenci-o de que o livro era interessante.
d) Parece que a garotinha tem medo do escuro.
e) Suponho que nunca tenha visto um homem.
f) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.
g) Sou favorável a que o aprovem.

Gabarito:
a) subjetiva
b) objetiva direta; objetiva direta
c) objetiva indireta
d) subjetiva
e) subjetiva
f) predicativa
g) objetiva indireta

Bibliografia:
Vicente, Jorg T. Português / Jorge T. Vicente - 4ª ed. - Rio de Janeiro: Impetus, 2004.


3.

O que são biografia e autobiografia?


Biografia:
  É um gênero literário que tem por objetivo descrever a vida de uma pessoa ilustre. “Bio” significa vida e “grafia” significa escrever ou descrever. Ao descrever e relatar sobre os acontecimentos da vida de uma pessoa, devemos observar as marcas temporais da pessoa no presente, passado e futuro. Na biografia deve conter informações básicas como o nome, data e local de nascimento, moradia, naturalidade, filiação, profissão, período mais importante em sua vida pessoal e profissional ou fatos marcantes e premiações.
  Ao descrever e relatar sobre os acontecimentos da vida de uma pessoa segue os parâmetros temporais da pessoa no presente, passado e futuro. A personalidade que tem a sua vida descrita numa biografia é conhecido como biografado.
  O biógrafo que levanta os dados através de pesquisas sobre documentos, cartas, testemunhas.

Autobiografia:
  É escrita pelo próprio biografado e é resultado do levantamento das memórias de sua própria vida e atuação no meio profissional e social. A autobiografia abrange confissões, memórias e cartas.
  As autobiografias são constituídas por narrativas em que se desenvolvem trajetórias de vida. Esse processo de construção tem na narrativa a qualidade de possibilitar a autocompreensão, o conhecimento de si mesmo, àquele que narra sua trajetória.
  Na indústria literária, nos últimos anos, cresceu o interesse por livros que abordam a respeito de celebridades do mundo da moda, artes, fama e também na área científica. Algumas obras, mesmo sendo autobiográficas, são escritas por um escritor ou jornalista contratado conhecido como ghostwriter.


Passo a passo da autobiografia

  • Recordar algumas histórias interessantes de sua vida relacionados à educação;
  • Dar título às histórias que você lembrou;
  • A partir desse conjunto de histórias, criar um título para a autobiografia;
  • Escolher a história que você considera mais interessante e compartilhar em grupo.